O que é o transtorno de esquizofrenia?
A esquizofrenia é um transtorno mental de extrema complexidade que se caracteriza por uma alteração mental que dificulta o julgamento correto sobre a realidade, a produção de pensamentos abstratos e a elaboração de respostas emocionais complexas.
Não se trata, como se comumente pensa, de um transtorno de múltiplas personalidades, mas de uma doença crônica que necessita de cuidado e atenção pela vida toda.
Causas
Apesar e todos os mecanismos cerebrais que promovem os sintomas relacionados ao distúrbio de esquizofrenia não serem completamente conhecidos, hoje se sabe que se trata de uma doença química cerebral que decorre de alterações em vários sistemas bioquímicos e vias dos neurônios.
Vários genes combinados são responsáveis por essas alterações, tratando-se, portanto de uma doença genética. O ambiente familiar e social, quando funcionam como fator estressante, podem contribuir para que esses genes ligados se ativem e a doença apareça.
Não existem, no entanto, fatores psicológicos ou ambientais que causam a esquizofrenia, mas sim fatores da vida que servem como gatilhos para o início das alterações químicas no cérebro e da doença.
Fatores de risco
O principal fator que pode precipitar o aparecimento da esquizofrenia é ter histórico deste transtorno na família.
As chances do aparecimento da doença são de 10% se tiver um irmão esquizofrênico, 18% se for um irmão gêmeo não idêntico, 50% se for um irmão gêmeo idêntico e 80% se os dois pais forem afetados pelo problema.
Além desse, outros fatores são: a exposição a toxinas, contrair vírus e à má nutrição durante a gestação (especialmente nos seis primeiros meses), problemas no parto (sobretudo se for por falta de oxigênio), ter um pai de idade mais avançada, uso de maconha e tabagismo. Veja também dependência química.
Os sintomas costumam aparecer entre os 15 e 20 anos nos homens e perto dos 30 anos nas mulheres. Embora seja raro, também é possível o aparecimento da esquizofrenia em crianças e em adultos acima de 50 anos.
Sintomas e comportamentos mais conhecidos
A esquizofrenia faz parte de um grupo de transtornos psiquiátricos chamados transtornos psicóticos.
A psicose é quando uma pessoa sofre alterações na apreensão e no juízo sobre a realidade (delírios) e na sensopercepção (alucinações).
Além da psicose, que ocorre geralmente em momentos de crise da doença, comumente o paciente apresenta alterações comportamentais, como distúrbios de cognição (afetando o pensamento, a atenção, a tomada de decisões, o raciocínio abstrato, a linguagem) e emocionais (ocasionando apatia, falta de motivação, falta de prazer, depressão) que decorrem das lesões cerebrais que um quadro agudo do distúrbio pode causar.
Portadores de transtornos mentais precisam de ajuda psiquiátrica!
E o que fazer ao perceber os sintomas em você ou em um familiar?
A pessoa com esquizofrenia não apresentará crítica sobre seu quadro, já que se trata de uma doença que ocasiona a apreensão incorreta da realidade.
Nesse caso, se você notar o problema em um familiar, saiba que será difícil convencer a pessoa sobre os sintomas citados, já que a própria natureza do quadro leva a pessoa a estar convicta de que o que diz sobre a realidade ser a verdade.
Por causa disso, assim que você suspeitar de que o problema seja esse, conduza este esse familiar a uma clínica psiquiátrica para consulta médica e diagnóstico.
Para que o diagnóstico seja realizado mais rapidamente, é melhor que você anote os distúrbios apresentados antes da consulta e os apresente ao médico psiquiatra. Além disso, informe quando os sintomas começaram, se são frequentes ou ocasionais e se a pessoa faz uso de medicamentos.
É preciso que você tenha consciência de que conviver com um familiar que sofre com esse problema não é fácil e demanda paciência e atenção. Ele precisará de todo o apoio que você puder dar para ele para que ele melhor possa se adaptar à condição.
Tratamento
A esquizofrenia requer tratamento durante toda a vida, mesmo que os sintomas se ausentem.
Pode ser necessária a internação hospitalar durante períodos de crise ou agravamento dos sintomas, para garantir a segurança, alimentação e sono adequado do paciente, além de sua higiene.
O médico psiquiatra é o responsável pelo diagnóstico e pelo tratamento, que deve ser sempre através de medicamentos.
Também são indicadas, junto com a administração de medicamentos, terapias psicossociais coordenadas por uma equipe de apoio composta por psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.
